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Dor Crônica: Novos Tratamentos – Nutracêuticos

Nas crônicas, um problema prevalente e complexo, impacta significativamente os indivíduos e a sociedade. Esta condição, muitas vezes repetida por pessoas ou crianças, é reconhecida como uma entidade distinta, com classificação e definição médica própria. O estudo Global Burden of Disease de 2016 destaca que as doenças crónicas são uma das principais causas de incapacidade a nível mundial, afetando 1,9 mil milhões de pessoas.

Por Mantecorp Saúde

13/11/2023 - Última atualização: 13/11/2023

Imagem da notícia Dor Crônica: Novos Tratamentos – Nutracêuticos

A dor crônica, um problema prevalente e complexo, impacta significativamente indivíduos e sociedade. Esta condição, muitas vezes decorrente de lesões ou doenças, é reconhecida como uma entidade distinta, com sua própria classificação e definição médica. O estudo Global Burden of Disease de 2016 destaca que a dor crônica é uma das principais causas de incapacidade global, afetando 1,9 bilhão de pessoas.[1]

Nesse cenário, a busca por tratamentos para condições crônicas, como a osteoartrite (OA), é crucial. A OA, marcada por dor e limitação de movimento, requer uma abordagem terapêutica cuidadosa. Fitoterápicos, como a curcumina e o colágeno não hidrolisado, têm se destacado no tratamento dessas condições.[1] Ambos têm demonstrado, em estudos clínicos, uma eficaz ação moduladora da inflamação de baixo grau, comum na OA.

  • A curcumina, um fitoterápico, exibe propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, sendo mais eficaz em novas formulações lipídicas e apresentando início de ação a partir de 14 dias[2].
  • A combinação de colágeno não hidrolisado e curcumina, administrada em dose única diária, surge como uma excelente opção para o tratamento sintomático da OA em pacientes com quadro leve ou moderado, ou mesmo em pacientes com restrições ao uso de outros grupos de medicamentos, como os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e adjuvantes da dor crônica, como antidepressivos e anticonvulsivantes.

Curcumina

Originária das plantas tuméricas, a curcumina tem sido valorizada desde tempos antigos por seus benefícios à saúde. Amplamente utilizada na culinária e promovida pela Medicina Ayurvédica ou Indiana por mais de 5 mil anos, essa substância tem demonstrado seu valor inestimável na promoção da saúde e bem-estar.

  • Ela possui uma grande gama de ações farmacológicas como anti-inflamatório, antineoplásico, modulação imunológica, antioxidante, antibiótica e antiamiloidótica, melhorando em longo prazo a qualidade de vida das pessoas, principalmente no sistema musculoesquelético e neurocognitivo [3-8].
  • Em um estudo randomizado e aberto, a eficácia da curcumina foi comparada à do diclofenaco em 139 pacientes com OA. Os resultados mostraram eficácia semelhante entre os dois, mas a curcumina se destacou por sua melhor tolerabilidade. Notavelmente, a melhora da dor foi observada em ambos os grupos a partir de 14 dias [2].
  • A curcumina tem um excelente perfil toxicológico. Estudos mostraram que ela não causa eventos adversos significativos em comparação com o placebo.[4]
  • Além disso, não foram observadas alterações comportamentais, neurológicas, oftalmológicas, no peso corporal, nem alterações hematológicas, químicas ou urinárias. Exames post-mortem também não revelaram alterações histopatológicas nos tecidos em comparação com o placebo [4].

Dificuldades da Curcumina:

A curcumina, um composto polifenólico derivado da especiaria alimentar cúrcuma, possui diversos efeitos farmacológicos, incluindo atividades anti-inflamatórias, antioxidantes, antiproliferativas e antiangiogênicas. No entanto, apesar de seus benefícios terapêuticos promissores, a curcumina enfrenta vários desafios que afetam sua eficácia terapêutica:

  • Baixa Biodisponibilidade: Estudos clínicos de fase I mostraram que a curcumina é segura mesmo em altas doses em humanos, mas exibe baixa biodisponibilidade. Isso significa que, mesmo quando consumida, apenas uma pequena fração da curcumina é absorvida pelo corpo e entra na circulação sanguínea [9].
  • Metabolização Rápida: Uma das razões para a baixa biodisponibilidade da curcumina é sua rápida metabolização no fígado e no intestino [9].
  • Eliminação Sistemática Rápida: Após a metabolização, a curcumina é rapidamente eliminada do corpo [9].
  • Problemas de Absorção In Natura: Quando consumida em sua forma natural, a curcumina enfrenta problemas de absorção, o que reduz ainda mais sua biodisponibilidade [9].
  • Manipulação Inadequada: A manipulação inadequada da curcumina pode comprometer sua integridade e eficácia [9].

Para melhorar a biodisponibilidade da curcumina, várias abordagens têm sido adotadas, incluindo o uso de adjuvantes como a piperina, que interfere na glucuronidação, uso de curcumina lipossomal, nanopartículas de curcumina, complexo de curcumina com fosfolipídios, e o uso de análogos estruturais da curcumina [9].

  • A tecnologia SLCP (Solid Lipid Curcumin Particle), encapsula a curcumina em um complexo trilipídico, protegendo-a durante a digestão. Isso permite que a curcumina seja absorvida diretamente na corrente sanguínea, evitando o metabolismo hepático e direcionando-a eficientemente para os tecidos-alvo. Essa abordagem resulta em uma biodisponibilidade significativamente maior.[5]

Uma Nova Abordagem no Tratamento da Osteoartrite do Joelho para Pacientes Crônicos

A osteoartrite do joelho é uma preocupação crescente de saúde afetando milhões de pessoas. Pacientes crônicos, que enfrentam desafios contínuos com a saúde das articulações, podem se beneficiar significativamente da combinação de Colágeno, nesse caso um colágeno tipo II não desnaturado, e curcumina. Esta combinação oferece um enfoque terapêutico promissor, especialmente para aqueles que necessitam de suplementação de colágeno não hidrolisado para manter a integridade da cartilagem [10].

  • O grupo que recebeu o colágeno não hidrolisado experimentou melhorias significativas em relação à dor e à função do joelho, com uma diminuição de 20,1% nos escores do Índice de Lequesne em comparação com o grupo de controle [10].
  • Houve uma redução de 40% na pontuação da Escala Visual Analógica (EVA) para a dor no grupo de colágeno, em comparação com 15,4% no grupo de controle [10].
  • O colágeno tipo II não hidrolisado foi bem tolerado, com menos eventos adversos relatados em comparação com a combinação de glucosamina e condroitina [10].

A associação de colágeno e curcumina pode ser particularmente benéfica para pacientes com casos mais crônicos, que precisam de suporte estrutural adicional devido à degradação contínua da cartilagem [10].

Vitamina C: Uma Fronteira Emergente no Manejo da Dor

A vitamina C interfere nas vias neurais, atuando como um inibidor da percepção da dor. Possui propriedades antioxidantes que contribuem para a redução da inflamação sistêmica, frequentemente associada a condições dolorosas.[11]

Eficácia no Tratamento da Dor:

  • A vitamina impede a ativação de nociceptores, as células sensoriais responsáveis pela percepção da dor.[11]

Implicações Terapêuticas:

  • Propõe-se a vitamina C como uma alternativa não narcótica no tratamento da dor, potencialmente minimizando a necessidade de medicamentos convencionais para a dor com efeitos colaterais significativos.[11]
  • Sugere-se um perfil de efeitos colaterais mais favorável, tornando-a uma opção segura para o manejo a longo prazo da dor crônica.[11]

A trajetória ascendente do mercado de nutracêuticos reflete um movimento global em direção a uma saúde mais integrativa e consciente. Produtos como a curcumina estão na vanguarda dessa mudança, oferecendo novas esperanças no tratamento de condições crônicas como a osteoartrite do joelho.

Apesar dos desafios apresentados pela sua biodisponibilidade, inovações contínuas estão pavimentando o caminho para uma maior eficácia deste composto natural. Além disso, a exploração de terapias complementares, como a combinação de colágeno tipo II não desnaturado e curcumina, e o uso emergente da vitamina C no manejo da dor, destacam o potencial inexplorado de abordagens naturais.

Bibliografia:

  1. Mills SEE, Nicolson KP, Smith BH. Chronic pain: a review of its epidemiology and associated factors in population-based studies. Br J Anaesth. 2019 Aug;123(2):e273-e283.
  2. Shep D, Khanwelkar C, Gade P, Karad S. Safety and efficacy of curcumin versus diclofenac in knee osteoarthritis: a randomized open-label parallel-arm study. Trials. 2019;20(1):214.
  3. Di silvestro RA et al. Diverse effects of a low dose supplement of lipidated curcumin in healthy middle aged people. Nutrition Journal. 2012;11:79.
  4. Dadhaniya P et al. Safety assessment of a solid lipid curcumin particle preparation: Acute and subchronic toxicity studies. Food and Chemical Toxicology. 2011;49(8):1834-42.
  5. Gupte PA et al. Evaluation of the efficacy and safety of Capsule Longvida® Optimized Curcumin (solid lipid curcumin particles) in knee osteoarthritis: a pilot clinical study This article was published in the following Dove Press journal: Journal of Inflammation Research. 2019;12:146-152.
  6. McFarlin BK et al. Reduced inflammatory and muscle damage biomarkers following oral supplementation with bioavailable cur¬cumin. BBA Clinical 5. 2016:72-78.
  7. Camargo FL, Paranahyba RM, Moraes FB. Osteoartrite: op¬ções de tratamento. In Oliveira LG et al. – Tratado de Doenças Osteometabólicas. Editora Kelps. 2020. p. 737-758.
  8. Stohs SJ et al. Highly bioavailable forms of curcumin and promi¬sing avenues for curcumin-based research and application: a re¬view. Molecules. 2020;25:1397.
  9. Anand P, Kunnumakkara AB, Newman RA, Aggarwal BB. Bioavailability of curcumin: problems and promises. Mol Pharm. 2007;4(6):807-18.
  10. Crowley DC, Lau FC, Sharma P, Evans M, Guthrie N, Bagchi M, Bagchi D, Dey DK, Raychaudhuri SP. Safety and efficacy of undenatured type II collagen in the treatment of osteoarthritis of the knee: a clinical trial. Int J Med Sci. 2009;6(6):312-21.
  11. Carr AC, McCall C. The role of vitamin C in the treatment of pain: new insights. J Transl Med. 2017 Apr 14;15(1):77.

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