Covid-19

Incidência de dorsalgia e lombalgia aumentam mais de 22% nos pós pandemia

Segundo a OMS, as dores nas costas atingem ou atingirão 80% da população ao redor do mundo². Pudemos observar a intensificação na pandemia da COVID-19, onde os pacientes passaram a relatar aos médicos que as atividades 100% em casa, sentados no sofá e em cadeiras mais desconfortáveis, causaram esses sintomas. Um reflexo disso foi observado nos gráficos do Google Trends – serviço de análise de tendências do Google – que mostra que entre 2020 e 2022 ocorreu uma alta nas buscas por dor nas costas e lombar e tratamentos relacionados aos sintomas. ³

Por Mantecorp Saúde

24/01/2024 - Última atualização: 24/01/2024

Imagem da notícia Incidência de dorsalgia e lombalgia aumentam mais de 22% nos pós pandemia

Incidência de dorsalgia e lombalgia aumentam mais de 22% nos pós pandemia¹.

Segundo a OMS, as dores nas costas atingem ou atingirão 80% da população ao redor do mundo². Pudemos observar a intensificação na pandemia da COVID-19, onde os pacientes passaram a relatar aos médicos que as atividades 100% em casa, sentados no sofá e em cadeiras mais desconfortáveis, causaram esses sintomas. Um reflexo disso foi observado nos gráficos do Google Trends – serviço de análise de tendências do Google – que mostra que entre 2020 e 2022 ocorreu uma alta nas buscas por dor nas costas e lombar e tratamentos relacionados aos sintomas. ³

A dorsalgia decorre de diversos fatores: ergonomia em casa, infecções, tumores, obesidade e tensões musculares devido a estresse. Outros fatores como, por exemplo, a idade mais avançada e sedentarismo entre os jovens, com uso de celulares e muito uso de jogos de videogame são causas comuns aos sintomas de dorsalgia. Porém, hoje, esse mal está fortemente presente no ambiente de trabalho. 1-5

Cerca de um terço ou mais das doenças ocupacionais registradas nos Estados Unidos, países escandinavos, Japão e Brasil fazem parte da DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), onde a dorsalgia integra este grupo, com consequências econômicas e sociais, principalmente quando ligadas às incapacidades funcionais, atingindo as habilidades produtivas dos trabalhadores e os distanciando do trabalho. Só no Brasil, entre as doenças relacionadas ao trabalho na Previdência Social, no ano de 2013, as dorsalgias representaram o terceiro diagnóstico mais comum, depois das lesões de ombro, sinovites e tenossinovites. 4

Para o melhor tratamento da dorsalgia, é necessário um bom diagnóstico para a causa da dor. Cerca de 90% dos pacientes com dor nas costas apresentam melhora por meio de tratamentos conservadores. 5

Dentre os medicamentos mais indicados para o tratamento da dorsalgia podemos citar analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e relaxantes musculares de ação periférica ou central. Os medicamentos servem para controle agudo da dor, e ajudam na diminuição das crises álgicas. Para casos de dores moderadas ou intensas, pode ser necessário o uso de analgésicos como opioides. 7

O uso dos opioides de maneira segura e monitorada ainda é um desafio aos profissionais de saúde. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) constatou o aumento de 500% nas vendas de opioides em nosso país entre 2009 e 2015. 6

Para a prescrição e uso dos opioides de forma segura e consciente, um grupo de profissionais, com a validação institucional da Sociedade Brasileira para Estudo da Dor (SBED), criou um Guideline para uso de opioide para dores agudas e crônicas. 7-10

A série de artigos aborda quatro temas principais no tratamento com opioides: titulação das doses, uso seguro a longo prazo, uso por crianças e idosos e uso do medicamento em situações especiais, como em dores musculoesqueléticas e neuropáticas, e uso por gestantes e no período de lactação. 7-10

Entre as principais conclusões dos artigos, o uso de opioides na dor aguda pós-operatória já está estabelecido em cirurgias de pequena a grande magnitude. E para as recomendações de utilização de opioides na dor neuropática e musculoesquelética são reservadas à segunda linha de tratamento. 7,9

A utilização de opioides em idades extremas ainda é um obstáculo aos profissionais. No entanto, para os idosos, são fármacos que possuem menor toxicidade do que os anti-inflamatórios. Além disso, em locais de tratamento de pacientes idosos com diagnósticos bem definidos de dor crônica, ocorre um volume muito baixo de vício em opioide. Em relação aos pacientes pediátricos, vale ressaltar que todas as faixas etárias sentem dor. Assim, o tratamento inadequado pode provocar problemas imediatos ou em longo prazo. Apesar desse conhecimento, quase 80% das crianças internadas em unidades neonatais de terapia intensiva ainda não são tratadas corretamente. Assim, é importante mudar a ideia de que os opioides provocam efeitos adversos insustentáveis e de difícil acompanhamento; ou que podem encurtar a expectativa de vida das crianças ou estar relacionados com alto potencial para abuso. 8

Já sobre os opioides na gestação e lactação, poucos estudos investigaram a interação dos opioides com as alterações fisiológicas próprias desses momentos, e as repercussões do emprego desses medicamentos no tratamento da dor aguda e crônica. Porém, até o momento, não existem informações que demonstrem a presença de sequelas, principalmente malformações, após exposição prolongada a quase todos os opioides, mas em um estudo realizado no projeto Collaborative Perinatal, que analisou 50.282 gestantes que utilizaram opioide na gestação, tiveram relatos de malformações respiratórias associadas ao uso da codeína.9

O emprego de opioides a curto ou longo prazo não é isento de efeitos que são bem conhecidos (constipação intestinal, prurido, sonolência e náuseas/vômitos). Mas para que a prescrição seja a mais correta possível, a análise apropriada do paciente e o uso do fármaco com acompanhamento ajudam no tratamento dos efeitos adversos. 10

Quando olhamos para os tipos de opioides, eles são divididos em dois grupos principais: opioides fracos, como a codeína e o tramadol e os fortes, como a morfina, fentanil, buprenorfina, metadona e oxicodona. 7

Entre os opioides citados, o tramadol é um dos mais seguros e populares. 11  

O tramadol é um opioide de ação central com mecanismo dual, apresentando fraca afinidade pelos receptores opioides μ e inibindo a recaptura de noradrenalina e serotonina, modulando as vias descendentes inibitorias. Como o tramadol tem uma ação menor nos receptores opioides, em oposição aos opioides típicos, os efeitos colaterais da administração do tramadol também são menos significativos do que os dos opioides clássicos (codeína, oxicodona, morfina). Isso significa que, com a administração do tramadol, há risco menos significativo de depressão respiratória, problemas cardiovasculares e constipação, bem como risco menor de dependência. 11

Comparado a codeína, outro opioide bastante popular no Brasil, o tramadol possui maior biodisponibilidade oral e maior nível de absorção, com analgesia por igual em todos os pacientes, enquanto a codeína depende da variabilidade genética (é necessário ter o CYP2D6 para que a codeína seja 100% absorvida). ¹¹

 Indicado para o controle de dores agudas e crônicas, podendo ser prescrito para o controle da dor moderada a intensa em casos de dor nociceptiva, dor neuropática e dores mistas. A literatura demonstra eficácia para diferentes patologias. 11-17

O tramadol é o fármaco mais apropriado para casos de dorsalgias e outras dores mais severas. Apesar dos desafios apresentados, causados pelos estigmas ainda existentes entre os profissionais e os efeitos adversos, são medicamentos potentes e seguros. 14,17

Para essas dores que podem ser incômodas e muitas vezes incapacitar um indivíduo, o tramadol possui rápido início de ação (de apenas 20 minutos) e uso a longo prazo, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. 16,17

 

Referências Bibliográficas:

  1. CENTRO DE Comunicação da UFMG. Estudo mostra que dores na coluna aumentaram muito durante a pandemia. FACULDADE DE MEDICINA - UFMG. 2020. Disponível em: <https://www.medicina.ufmg.br/estudo-mostra-que-dores-na-coluna-aumentaram-muito-durante-a-pandemia/
  1. GARCIA, AMANDA. Dores nas costas atingem 80% da população mundial; veja causas e como evitá-las. CNN. 05 de abril de 2023. Disponível em: <www.cnnbrasil.com.br/saude/dores-nas-costas-atingem-80-da-populacao-mundial-veja-causas-e-como-evita-las/>
  2. PASQUINI, PATRÍCIA. Queixa de dor nas costas aumentou na pandemia, dizem médicos; saiba as causas. FOLHA DE SÃO PAULO. 10 de dezembro de 2021. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/12/queixa-de-dor-nas-costas-aumentou-na-pandemia-dizem-medicos-saiba-as-causas.shtml
  1. SANTOS, Kionna Oliveira Bernardes; ALMEIDA, Milena Maria Cordeiro de; GAZERDIN Daniela Dias da Silva. Dorsalgias e incapacidades funcionais relacionadas ao trabalho: registros do sistema de informação de agravos de notificação. 2016. Salvador. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional ISSN: 2317-6369 (online). Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbso/a/qrKj4xPW8CDhFHfpqzGG4jr/?format=pdf>
  2. YU BIN PAI, Marcus. Dorsalgia (dor na coluna): Definição, causas, diagnóstico e tratamento.  HONG. [S/D]. Disponível em: <https://www.hong.com.br/dorsalgia-definicao-causas-diagnostico-e-tratamento/>
  3. BIERNATH, André. Fentanil: o que Brasil pode aprender com erros dos EUA. BBC. 22 de maio de 2023. Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/articles/c4nwxjgqrwno
  1. KRAYCHETE, Durval Campos; TESSEROLI, José Tadeu de Siqueira; GARCIA, João Batista Santos e Grupo de Especialistas. Recomendações para uso de opioides no Brasil: Parte I. São Paulo. 2013. Rev Dor. São Paulo, 2013 out-dez;14(4):295-300. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rdor/a/RJWs3kkXS7VbH5J6VSwhCYB/?format=pdf&lang=pt>
  2. KRAYCHETE, Durval Campos; TESSEROLI, José Tadeu de Siqueira; GARCIA, João Batista Santos e Grupo de Especialistas. Recomendações para uso de opioides no Brasil: Parte II. Uso em crianças e idosos. São Paulo. 2014. Rev Dor. São Paulo, 2013 out-dez;14(4):295-300. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rdor/a/FH6tzBvRRxqYtYPGsw5kLqJ/?format=pdf&lang=pt>
  3. KRAYCHETE, Durval Campos; TESSEROLI, José Tadeu de Siqueira; GARCIA, João Batista Santos e Grupo de Especialistas. Recomendações para uso de opioides no Brasil: Parte III. Uso em situações especiais (dor pós operatória, dor musculoesquelética, dor neuropática, gestação e lactação). São Paulo. 2014. Rev Dor. São Paulo, 2013 out-dez;14(4):295-300. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rdor/a/G8prsgqmMD6WtZXDvcn88jC/?format=pdf&lang=en
  4. KRAYCHETE, Durval Campos; TESSEROLI, José Tadeu de Siqueira; GARCIA, João Batista Santos e Grupo de Especialistas. Recomendações para uso de opioides no Brasil: Parte IV. Efeitos adversos de opioides. São Paulo. 2014. Rev Dor. São Paulo, 2013 out-dez;14(4):295-300. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rdor/a/pSMBBGPmL4ThRHrG6ghh9ps/?format=pdf&lang=en
  5. Edinoff AN, Kaplan LA, Khan S, Petersen M, Sauce E, Causey CD, et al. Full Opioid Agonists and Tramadol- Pharmacological and Clinical Considerations. Anesth Pain Med. 2021 Sep 6;11(4)-e119156.
  6. Cepeda MS, Camargo F, Zea C, Valencia L. Tramadol for osteoarthritis: a systematic review and metaanalysis. J Rheumatol. 2007;34(3):543-55.
  7. Perrot S, Krause D, Crozes P, Naim C, GRTF-ZAL-1 Study Group. Efficacy and tolerability of paracetamol/tramadol (325 mg/37.5 mg) combination treatment compared with tramadol (50 mg) monotherapy in patients with subacute low back pain: a multicenter, randomized, double-blind, parallel-group, 10-day treatment study. Clinical therapeutics. 2006 Oct 1;28(10):1592-606.
  8. Chaparro LE, Furlan AD, Deshpande A, Mailis-Gagnon A, Atlas S, Turk DC. Opioids compared to placebo or other treatments for chronic low-back pain. Cochrane Cochrane Database Syst Rev. 2013 Aug 27;(8):CD004959.
  9. Kraychete DC, Siqueira JTT, Zakka TRM, Garcia JBS. Recomendacoes para uso de opioides no Brasil: Parte III. Uso em situacoes especiais (dor pos-operatoria, dor musculoesqueletica, dor neuropatica, gestacao e lactacao). Rev Dor. 2014 Jun; 15(2):126-32.
  10. Els C, Jackson TD, Kunyk D, Lappi VG, Sonnenberg B, Hagtvedt R, et al. Adverse events associated with medium and long-term use of opioids for chronic non-cancer pain: an overview of Cochrane Reviews. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Oct 30;10(10):CD01250.
  11. Duehmke RM, Derry S, Wiffen PJ, Bell RF, Aldington D, Moore RA. Tramadol for neuropathic pain in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Jun 15;6(6):CD003726.

 

Nossos produtos

A Mantecorp Farmasa se consolidou entre as líderes do mercado farmaceutico brasileiro. Confira nossos produtos:

Logo Addera
Logo Aviv
Logo AAS
Logo Alektos
Logo Ammy
Logo bifilac
Logo colflex
Logo Deciprax
Logo Foq-xr
Logo gestamax
Logo melatonum
Logo Nesina
Logo Picbam
Logo Vabam
Logo Venalot
Ver todos os produtos