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Novo Guideline: Sociedade de Endocrinologia atualiza direcionais à Vitamina D.

A vitamina D é um nutriente essencial para a saúde humana, desempenhando um papel crucial na absorção de cálcio e fósforo, na saúde óssea e muscular, e na função imunológica. No entanto, atingir a Ingestão Dietética de Referência (DRIs) recomendada pode ser um desafio que envolve diversos fatores como: idade, estilo de vida, exposição ao sol, fatores individuais e socioeconômicos.

Por Mantecorp Saúde

12/08/2024 - Última atualização: 12/08/2024

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A deficiência de vitamina D tem sido amplamente relacionada à ocorrência de distúrbios esqueléticos, como raquitismo e osteomalácia. Também pode estar negativamente implicado na osteopenia e osteoporose, que devem ser obrigatórias e tratadas com suplementos de vitamina D. Além de estudos avaliando uma possível influência da vitamina D em doenças cardiovasculares, respiratórias, autoimunes, diabetes, infecciosas, além de câncer e a taxa de mortalidade.  

As recomendações para suplementação de vitamina D devem considerar fatores individuais, como peso corporal, etnia e localização geográfica. Por exemplo, indivíduos com índice de massa corporal (IMC) mais alto podem precisar de doses. 

mais altas para atingir níveis séricos adequados. Neste sentido, é importante lembrar que em 2023, 61,4% da população brasileira apresenta excesso de peso de acordo com os dados indicados pelo Ministério da Saúde. 

Embora certos alimentos contenham vitamina D, é difícil obter a quantidade diária recomendada apenas por meio da dieta. Alimentos como peixes gordurosos, ovos, leite e cereais fortificados são boas fontes de vitamina D. 

A deficiência e insuficiência de vitamina D no Brasil foram recentemente confirmadas em um estudo que demonstrou uma prevalência de deficiência de 15,3% e insuficiência de 50,9% no geral. Discriminando por cidade, a prevalência foi 12,1% de deficiência e 47,6% de insuficiência em Salvador; 20,5% e 52,4% em São Paulo e 12,7% e 52,1% em Curitiba. Além disso, um maior índice de massa corporal (IMC) e maior latitude do local onde o indivíduo vive foram preditores significativos de deficiência de vitamina D, enquanto a cor da pele (branca), tempos de exposição aos raios solares e uso atual de suplemento dietético foram protetores. 

O que os guidelines dizem sobre o quanto de vitamina D devo consumir/indicar diariamente? 

Na maioria das situações, a suplementação empírica de vitamina D é barata, viável, aceitável tanto para indivíduos saudáveis quanto para profissionais de saúde e não tem efeito negativo na equidade em saúde. 

Para adultos saudáveis, na faixa etária de 19 a 74 anos (não grávidos), a regra geral é seguir a DRI de 600 UI (15μg) a 800 UI (20μg) por dia. É importante relembrar que não há necessidade de submeter esta população a exames de testagem. 

Além destas recomendações, o guideline reconhece que adultos saudáveis nessa faixa etária podem precisar de suplementos de vitamina D se não for esperado que atinjam a DRI adequada de vitamina D por meio da exposição ao sol ou da ingestão alimentar. Para aqueles que vivem em países onde a fortificação de alimentos com vitamina D não é padrão ou onde os suplementos dietéticos não são usados rotineiramente, podem ser necessárias intervenções para garantir uma ingestão consistente com as DRIs. 

Portanto, é crucial que os profissionais de saúde entendam o contexto do nosso país, além de características individuais de cada paciente, incluindo idade, histórico de saúde, exposição ao sol e dieta ao decidir sobre a suplementação de vitamina D. 

Então, qual é a melhor estratégia para suplementação? 

A administração diária parece ser mais natural de acordo com o consenso de suplementação de vitamina D no ponto de vista fisiológico. De acordo com os dados levantados em estudo recente, a abordagem diária resultou em maior eficácia em termos de exposição ao 25(OH)D e benefícios extraesqueléticos. 

Dentre os 3 regimes comparados, o grupo que recebeu a suplementação diária foi o mais rápido a atingir a suficiência (<2 semanas, embora tenha recebido uma dose cumulativa mais alta nas primeiras 8 semanas quando comparado aos outros 2 braços) e atingiu os níveis séricos mais altos de 25(OH)D. 

 

Conclusão 

Além de ser essencial para a saúde humana, a vitamina D vem despertando interesse pelos seus prováveis benefícios extraesqueléticos. Nesta linha, o recém-lançado guideline indica que na maioria das situações a suplementação de vitamina D é barata, viável e aceitável até mesmo para indivíduos saudáveis, desde que não extrapole a DRI. 

O regime posológico diário de vitamina D parece ser a estratégia mais eficiente e benéfica para melhorar o status do paciente. Sendo assim, a suplementação de vitamina D é extremamente importante nestes pacientes, sempre levando em consideração as características individuais e ambientais. 

 

Referências

  1. DEMAY, MB. et al. Vitamin D for the Prevention of Disease: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism; Vol. 00, p1-41, 2024. 

  1. BORBA, VZ, et al. Epidemiology of Vitamin D (EpiVida): A Study of Vitamin D Status Among Healthy Adults in Brazil. Journal of the Endocrine Society, (V)7, p:1–9, 2023 

  1. GIUSTINA, A. et al. Consensus Statement on Vitamin D Status Assessment and Supplementation: Whys, Whens, and Hows. Endocrine Reviews; 00, p1–30, 2024.